quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

O belo que se revela na escuridão

A palavra escuridão vem do latim Obscurus, "sombrio, com pouca luz, incerto". O dicionário a define como: "estado que ocorre na ausência de luz. Não é algo tangível, nem existente por si mesmo, tendo em vista que, ao ser atingida pela luz, deixa de existir, revelando diferentes matizes de cor daquele local, antes escuro pela falta de luz."
Falar de escuridão, parece deprimente e assustador e ao mesmo tempo irrelevante mediante o poder que a luz exerce sobre ela. Nesse encontro, da escuridão da noite e os feixes de luz, surge o talento, a sensibilidade de quem vê o mundo através das lentes e descobre formas de encantar.


"A escuridão não pode expulsar a escuridão, apenas a luz pode fazer isso. O ódio não pode expulsar o ódio, só o amor pode fazer isso."
Martin Luther King

Foto: Alexandre Cantarelli  @bebeferreira

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Reminiscências


Reminiscências são memórias ou lembranças que carregamos ao longo da vida. Nem sempre são boas, mas elas costumam ganhar aconchego em nossos pensamentos e despertam um sentimento melancólico devido ao afastamento de uma pessoa, uma coisa ou lugar e até mesmo à ausência de experiências prazerosas já vividas, que causa desconforto e, o nome para isso, é  saudade.
Freud afirmou: "sofremos de reminiscências que se curam lembrando", pois bem, hoje estou a lembrar de um céu azul maravilhoso e campos cheios de vida e riqueza, os campos do pampa gaúcho. 
Logo que se aproxima da região da Fronteira do Rio Grande do Sul, as paisagens mudam completamente, se enxerga o horizonte e o sol toca o chão. Os campos são ocupados por gado, cavalos, ovelhas e lavouras de arroz. Imponentes e extensos arrozais que determinam a agricultura da região e a pecuária da melhor qualidade. São características únicas, cheiros inconfundíveis como o do amigo e mal-humorado "Zorrilho" que esguicha uma substância fedorenta quando perseguido ou acuado. Os estudiosos dizem que é uma glândula perianal que produz esse líquido, mas sou da opinião que Deus criou o bichinho como forma de identificar que estamos na Fronteira, chegando em Uruguaiana, a sentinela do nosso país.
Então seguindo o pensamento do nobre Freud, quero curar a saudade, lembrando de um lugar muito especial, o lugar onde nasci. Não sinto que seja mais a minha casa, mudei bastante e não me vejo mais lá, mas me identifico com tudo que existe lá. Ainda quero passar um tempo contribuindo para que aquele lugar seja melhor e que ofereça melhores condições sociais e culturais para o povo que nunca saiu de lá.

Minha raiz traduz na sua própria estampa
Toda esta pampa que o gaúcho idolatra
Com meus pesuelos trago a saudade gaviona
Que repechona vem tropeando a culatra
Dentro do peito corcoveia uma doutrina
Estirpe e sina palanqueando a tradição
Sou como o rio, que vai legando mil caminhos
Tirando espinhos em cada aperto de mão.
***
De onde eu vim, trouxe a herança galponeira
Velha bandeira de um atavismo curtido
Mesclando campo com o sabor desta querência
Reminiscência do meu pago mais querido
Pois não tem um quera que more aqui no Rio Grande
Que o seu sangue não valha a sua terra.
(Doutrina de Gaúcho - Os Mateadores)


 
Foto: Alexandre Cantarelli @bebeferreira


terça-feira, 26 de janeiro de 2016

"Sapere, sobre saber e ter sabor"

Sapere, em latim, tem o duplo sentido de "saber" e "ter sabor".
Por intermédio das palavras de Rubem Alves, este blog vai tomando forma, ganhando corpo e tendo sabor:
"Ciência são as palavras que dizem um saber. Sapientia são as palavras que apontam para um sabor. A ciência é escada encostada na jabuticabeira. Sapientia são as palavras que seduzem quem nunca chupou jabuticaba a experimentá-la; elas "tentam" a pessoa a subir na escada e a comer o fruto. Quando acabam as jabuticabas, a escada fica encostada na árvore, sem uso, esquecida, à espera. Escadas são construídas com saber. Jabuticabas são gozadas com sabor. Saberes moram nas palavras. Sabores moram além das palavras: na boca."

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

"Eu não tenho paredes. Só tenho horizontes."

Onde você esteve até agora?
Essa é a pergunta que escutei ao ingressar na vida acadêmica. 
Eu estive exercendo o meu primeiro papel, o de ser mãe e esposa. Até tentei uma formação antes, mas não deu certo, ainda não era a hora certa. Nesse tempo, refletir acerca das escolhas, das incertezas, foi a opção e uma coisa é certa, nunca saberemos se a escolha foi certa até vivê-la. Não se pode viver aquilo que não escolhemos. Portanto, considero que todas as minhas escolhas foram as melhores, todas as emoções vividas trouxeram maturidade. Nem tudo iria dar certo e nem todos os planos seriam perfeitos. Metade dos 44 anos que tenho, foram dedicados a formar bons cidadãos, educar, cuidar e amar os meu filhos, a minha casa e o meu marido. Creio que foi uma boa contribuição para a sociedade, nenhum deles está ou esteve causando danos morais ou materiais à ela. Conduzi meus filhos por caminhos retos, apontei a direção. 
Agora, com a sensação do dever cumprido, é um novo tempo, de sonhar novos sonhos. Com a ajuda de Deus, prossigo. Vou lutar, me esforçar para concluir todas as tarefas que esta jornada acadêmica me apresenta. Estou encantada com as novas possibilidades que a comunicação e o jornalismo desvendam. 
Parafraseando o poeta Mário Quintana, "eu não tenho paredes, só tenho horizontes."




Você está mofando?

Dia desses, estive relembrando algumas situações que passei e cheguei a conclusão que, para que elas mudem, as situações, nós precisamos tomar atitudes e fazer escolhas. Nos prendemos a lugares e pessoas  e temos medo da mudança. O que eu acho, de verdade, é que nos falta coragem e amor próprio. Coragem para ousar e amor próprio é você se amar mesmo. 
Dia desses, estive relembrando algumas situações e percebi o quanto mudei, evolui, cresci, amadureci. Aprendi que existem outras opiniões, outras posturas que não são iguais as minhas e que são relevantes. Aprendi a conviver e me relacionar com isso. Percebi que existem outros comprometimentos e que são tão importantes ou mais que os meus ou que o  meu mundo numa caixinha podia alcançar.
Vale arriscar, cair e levantar. Isso faz parte da construção de quem somos, novos saberes através de novas situações. Talvez você esteja preocupado com a opinião dos outros: "O que irão pensar?", pois bem, não importa os outros, você precisa estar bem e em paz e isso não tem preço. Quantos talentos você tem guardado e não os usa, quantos dons? Te colocaram numa fôrma e querem te moldar, manipular os teus princípios e ideologias?
Você precisa se levantar e reagir, sai desse marasmo, deixa de ser medíocre e arrisque-se por algo que você acredita.